Djaimilia Pereira de Almeida vence Prémio Literário FIC 2018

A cerimónia de entrega do prémio terá lugar no dia 30 de Março no Hotel Quinta das Lágrimas, em Coimbra

Djaimilia Pereira de Almeida vence o Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2018 | Fotografia de Humberto Brito

Djaimilia Pereira de Almeida é a vencedora da 12.ª edição do Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2018, com o seu mais recente livro Luanda, Lisboa, Paraíso editado pela Companhia das Letras. Aclamado pela crítica e considerado um dos melhores livros do ano pelo jornal Expresso, pelo diário online Observador e pelo Centro Nacional de Cultura, este é o segundo romance da escritora. “O que escreve Djaimilia Pereira de Almeida pode entender-se como poderosa ferramenta de transformação da visão da paisagem humana portuguesa”, defendeu Inocência Mata, no Público. Parágrafo

Com a sua estreia literária, em 2015 (o romance Esse Cabelo) Djaimilia Pereira de Almeida conquistou imediatamente um lugar no panorama dos novos autores de língua portuguesa, recebendo o Prémio Novos em 2016 – categoria Literatura, tendo entretanto publicado em revistas literárias e ensaísticas, portuguesas e estrangeiras, criando uma enorme expectactiva em relação ao seu regresso à ficção. Luanda, Lisboa Paraíso confirmou-a enquanto narradora atenta e singular, com um ponto de vista único. No Observador, Nuno Costa Santos acrescentou que nesta obra “o estilo é excelente e dedica-se ora a assinalar a crueldade da vida ora a desenhar páginas de enormíssima beleza”.

O júri do Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2018, composto por José Carlos Seabra Pereira (Presidente), Mário Cláudio, Isabel Pires de Lima, Pedro Mexia e António Carlos Cortez, reconfirmando a sua vocação enquanto promotor de obras que revelem grande originalidade e melhor qualidade estético literária — atribuiu por maioria este prémio a Djaimilia Pereira de Almeida pela sua obra Luanda, Lisboa, Paraiso

Luanda Lisboa Paraíso por Djaimilia Pereira de Almeida | Companhia das Letras

Nesta edição, o Tributo de Consagração Fundação Inês de Castro 2018, um prémio que visa distinguir a carreira de um autor, foi atribuído por unanimidade ao conceituado tradutor e poeta José Bento, importante divulgador da cultura hispânica em Portugal.

Ao longo dos anos, o Prémio Literário Fundação Inês de Castro tem distinguido autores e obras de reconhecido valor, como Pedro Tamen (2007), José Tolentino Mendonça (2009), Hélia Correia (2010), Gonçalo M. Tavares (2011), Mário de Carvalho (2013), Rui Lage (2016) ou a poeta Rosa Oliveira, vencedora do galardão em 2017, entre muitos outros.

Aceda aqui à lista completa de obras e autores premiados desde 2007

A cerimónia de entrega do Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2018 — um troféu de prata e pedra, da autoria do escultor João Cutileiro — terá lugar no Hotel Quinta das Lágrimas, em Coimbra, no dia 30 de Março.

Durante a cerimónia, Isabel Pires de Lima falará sobre a obra literária de Djaimilia Pereira de Almeida e Pedro Mexia sobre a carreira e a obra de José Bento.

BIOGRAFIAS DOS AUTORES

Djaimilia Pereira de Almeida
(Luanda, 1982)

Vencedora do Prémio Novos 2016 – categoria Literatura, estreou-se no romance em 2015 com Esse cabelo (Teorema). Ajudar a cair, um retrato ensaístico do Centro Nuno Belmar da Costa, foi publicado, em 2017, pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. Em 2018, publicou Luanda, Lisboa, Paraíso (Companhia das Letras Portugal). Licenciada em Estudos Portugueses na Universidade Nova de Lisboa, doutorou-se em Teoria da Literatura, na Universidade de Lisboa, em 2012. Em 2013, foi uma das vencedoras do Prêmio de Ensaísmo serrote, atribuído pela Revista serrote (Instituto Moreira Salles, Brasil); em 2016, esteve entre os finalistas do 8º ciclo da Rolex Mentor and Protégé Arts Initiative. Publicou em Common Knowledge, Granta.com, Granta Portugal, Ler, Revista Pessoa, Quatro Cinco Um, Revista serrote, Words Without Borders, Revista Zum, entre outras.

José Bento
(Estarreja, 1932)

Um dos fundadores, nos anos 50, da revista de poesia Cassiopeia, traduziu desde então autores como Fernando de Rojas, Jorge Luis Borges, Miguel de Unamuno, Santa Teresa de Ávila ou Cervantes, e organizou antologias de Garcilaso de la Vega, Quevedo, Antonio Machado, Manuel Machado, Juan Ramón Jimenez, Francisco Brines, Vicente Aleixandre, Federico García Lorca, Luis Cernuda. É considerado um dos melhores tradutores portugueses e já recebeu diversos prémios, inclusivamente o Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura, atribuído pelo governo espanhol pela sua atividade enquanto tradutor. É também autor de vários livros de poesia, como Alguns Motetos ou Sítios (Assírio & Alvim).