Dia Internacional dos Monumentos e Sítios 2025

A Fundação Inês de Castro celebra hoje, 18 de Abril,  o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, este ano dedicado ao património resiliente face às catástrofes e conflitos e recorda o episódio ocorrido na Quinta das Lágrimas, na noite de 22 de dezembro de 1879.

Casa da Quinta das Lágrimas desenho anterior ao incêndio de 1879

Há 145 anos, no dia 23 de dezembro, o jornal O Conimbricense  relata, na rúbrica Noticiário “o Pavoroso incêndio – pelas 11 horas e três quartos da noite um pavoroso incêndio destruiu quase por completo, a casa da Quinta das Lágrimas.”

Descreve o estado em que ficou a casa após o incêndio, “as ações louváveis e ações infamantes e os Ferimentos.” No dia 27 o editorial de Joaquim Martins de Carvalho, com o título “Coimbra – Infâmia!” refere os “…descarados e infames roubos praticados por ocasião do grande incêndio da quinta das Lágrimas.”

Refere também “No meio daquela enorme desgraça houve a felicidade de se poder cortar o edifício e impedir a comunicação do incêndio para a primorosa e valiosíssima livraria…” 

“Todo o edifício virado ao nascente ficou reduzido a cinzas; e só escapou a grande casa da livraria, a capella, a casa de jantar e o lagar pegado ao edifício do lado sul.”

E mais à frente “No meio de um desastre que faria sossobrar qualquer pessoa, o sr. Miguel Osório tem mostrado um ânimo e coragem admiráveis.” *

*relatos pelo jornal o Conimbricense e pela revista O Ocidente, nº 50, 1880

A demonstrar esse ânimo e coragem Miguel Osório empreendeu de imediato a recuperação da casa, um projeto por ele dirigido e desenhado. A ala norte da casa estaria quase pronta em 1884 (ano do nascimento do seu sobrinho bisneto D. Miguel Osório Cabral de Alarcão) e, a ala sul, no início do século XX.

É graças à força de ânimo e resiliência de Miguel Osório Cabral de Castro que este património com tanta história se mantém na cidade de Coimbra.

A Quinta das Lágrimas está classificada com Imóvel de Interesse Público desde 1977