Recuperação, tratamento e organização documental

“Recuperação, tratamento e organização documental do Arquivo da Quinta das Lágrimas”

(Projeto apoiado financeiramente pela Fundação Calouste Gulbenkian)

Em 2013 a Fundação Inês de Castro (FIC) concorreu a uma linha de Apoio da Fundação Calouste Gulbenkian “Recuperação, Tratamento e Organização de Acervos Documentais” propondo a “Recuperação, tratamento e organização documental do Arquivo da Quinta das Lágrimas” de que a FIC é detentora, autorizada pelos seus proprietários, os herdeiros de Dom Miguel Osório Cabral de Alarcão.

O projeto, que foi apoiado financeiramente pela Fundação Calouste Gulbenkian com o objetivo de se proceder à “…digitalização, metacodificação e gravação, o restauro e acondicionamento de pergaminhos, a leitura paleográfica e a classificação, descrição e ordenação”, iniciou-se a 1 de Outubro de 2013 e está agora disponível a todos os interessados no Sítio da Fundação Inês de Castro www.fundacaoinesdecastro.com


O Arquivo da Quinta das Lágrimas, que foi salvo de um incêndio que destruiu o Palácio da Quinta das Lágrimas na noite de 21 de Dezembro de 1879, relatado no Conimbricense, é formado por documentação produzida e recebida por diferentes famílias, entre meados do século XVI e meados do século XX, as quais, por mercê das suas uniões familiares, ficaram detentoras de um grande património móvel e imóvel situado em diferentes partes do país (Águeda, Ázere, Bobadela, Guarda, Santiago do Cacém, Viseu e Trancoso) e dos respetivos arquivos. Os seus descendentes acabaram por se radicar em Coimbra, na Quinta das Lágrimas, no final do século XVIII, tendo sido seu primeiro proprietário Manuel Homem Freire que a adquiriu a Pedro Correia de Lacerda e a sua mulher Filipa Agostinha de Lacerda, em 1730.

Neste projeto e na impossibilidade de digitalizar toda a documentação, optámos por estabelecer as seguintes prioridades: história da família (genealogias, testamentos,

instituição de vínculos, morgados e capelas, doações e dotes); história das casas – (inventários de títulos e inventários de partilhas, campanhas de obras, livros de contas); idade e preservação dos documentos. Os documentos foram digitalizados pela empresa Arquidigit, em formato TIFF, sem manipulação de imagem por software e bordadura a negro, com posterior aposição de marca de água, conversão JPEG e PDF multipágina e alta compressão dos documentos maiores.

Simultaneamente foi feito o tratamento arquivístico do Arquivo, por Assunção Júdice e Leonor Calvão Borges, na base de dados Docbase3, para Arquivos Históricos, e associados os documentos digitalizados aos respetivos registos.

A Classificação orgânico-funcional, teve como base a organização original com que documentação chegou até aos meados do Século XX, a saber: dividida por Casas e suas subdivisões (Casa de Águeda; Casa de Ázere; Casa da Guarda e Casa de Coimbra) e por documentação referente a Genealogia e Heráldica.

Após a digitalização foram lidos e transcritos os Tombos do Morgado de Ázere (1687) e do Morgado da Ratoeira (1696), por Francisco Mendes Moreira, que ficam disponíveis, em PDF, nos respetivos registos, para uma leitura mais fácil dos mesmos.

Qualquer contacto deverá ser feito para a Fundação Inês de Castro através do email:

assuncao.judice@fundacaoinesdecastro.com